Patriarca latino de Jerusalém apoia Estado palestino


O líder da Igreja Católica em Jerusalém, o patriarca latino Fouad Twal, apoiou publicamente a criação de um Estado para os palestinos durante uma procissão em Belém.
Twal afirmou que este Natal será uma celebração 'do nascimento de nosso Senhor, Cristo, e o nascimento do Estado da Palestina'.
Em novembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas elevou o status da Autoridade Nacional Palestina (ANP) para Estado observador não-membro.
O patriarca latino, que nasceu na Jordânia, liderou nesta segunda-feira uma procissão simbólica da Cidade Antiga em Jerusalém até Belém, passando pela barreira e pelos postos de fiscalização construídos por Israel.
Milhares de turistas, peregrinos e sacerdotes aguardaram a chegada na procissão na praça da Manjedoura, em Belém.
Twal deve celebrar à meia-noite uma missa na Igreja da Natividade, vista pelos cristãos como o tradicional local de nascimento de Jesus. A igreja fica na área da Cisjordânia governada pela ANP.
Em junho, a Unesco, braço das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura, finalmente concedeu à Igreja da Natividade o título de patrimônio da humanidade.
A proposta partiu da ANP.
Violação das leis de guerra
Nesta segunda-feira, a ONG americana Human Rights Watch afirmou que militantes palestinos na Faixa de Gaza violaram as leis de guerra ao disparar foguetes contra Israel durante o conflito ocorrido em novembro.
'As leis de guerra proíbem ataques de represália contra civis independente de o outro lado (envolvido na guerra) ter realizado ataques ilegais', disse a ONG.
'Declarações de grupos armados, de que eles deliberadamente acertaram uma cidade israelense ou civis israelenses, demonstram a intenção de cometer crimes de guerra.'
A ONG também afirmou que civis palestinos foram colocados em risco várias vezes, pois em muitos casos os foguetes eram disparados de áreas populosas.
Citando testemunhas que entrevistou na Faixa de Gaza, a ONG afirmou que os militantes palestinos 'dispararam foguetes várias vezes de áreas muito populosas, perto de residências, empresas e um hotel, colocando sem necessidade os civis da vizinhança em grande risco (de serem atingidos) pela reação israelense'.
Segundo a Human Rights Watch, o Hamas, a autoridade que governa a Faixa de Gaza desde 2007, deve 'parar com os ataques ilegais e punir os responsáveis'.
Críticas
Um porta-voz do Hamas criticou o relatório, afirmando que ele mostra apenas um lado.
'Este relatório (...) coloca na mesma equação um país que tem armas nucleares e usa todas as formas de agressão contra civis e um povo sujeito à ocupação, que está se defendendo contra as violações israelenses dos acordos internacionais em meio silêncio da comunidade internacional', disse Sami Abu Zuhri à agência de notícias Reuters.
Na semana passada a Human Rights Watch já tinha acusado Israel de violação das leis de guerra devido aos ataques contra instalações de imprensa e jornalistas na Faixa de Gaza.
Pelo menos 170 palestinos e seis israelenses morreram no conflito. A maioria dos mortos do lado palestino era de civis e quatro dos israelenses mortos por ataques com foguetes eram civis.
Cerca de 1.500 foguetes foram disparados contra Israel durante o conflito, segundo a ONG. Pelo menos 800 atingiram seus alvos, incluindo 60 que atingiram áreas populosas.

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