Chanceler israelense acusa Europa de política hostil aos judeus como nos anos 30


JERUSALEM, 11 dez 2012 (AFP) - O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, acusou nesta terça-feira a Europa de aplicar uma política hostil aos judeus como 'no fim dos anos 30', depois que a União Europeia condenou os projetos de construção de novos assentamentos israelenses.
'Uma vez mais a Europa não levou em consideração os pedidos de destruição de Israel (...) já vimos isto no fim dos anos 30 e no início dos anos 40 quando a Europa sabia o que acontecia nos campos de concentração e não atuou', declarou Lieberman à rádio pública.
O ministro se referia às declarações do líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, durante sua primeira e recente visita a Gaza, onde afirmou que 'libertar a Palestina, toda Palestina, é um direito, um dever e um objetivo', e que se nega a reconhecer a existência do Estado de Israel.
'A Europa deu uma bofetada em si mesma. Quando alguém sacrifica os judeus, temos que perguntar quem será o próximo. Em Toulouse, o terrorista que assassinou crianças judias também havia matado antes soldados franceses', completou o chefe da diplomacia.
Em 19 de março, o islamita radical Mohamed Merah matou três crianças e um professor em uma escola judaica no sul da França, poucos dias depois de ter matado três soldados.
'O terrorismo avança contra os judeus, mas ataca todos os países e valores ocidentais. Israel não é mais que um aperitivo', completou Lieberman.
O ministro também denunciou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
'O Hamas pede a destruição de Israel e se nega a reconhecer Israel e Abu Mazen (como Abbas é conhecido) apoia esta posição quando a Europa se cala', disse.
Na segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores europeus manifestaram 'firme oposição' aos projetos israelenses de ampliar as colônias na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.
Em represália pela concessão à Palestina do status de Estado observador não membro da ONU, Israel anunciou na semana passada a intenção de ampliar as colônias, sobretudo no setor E1, que ligaria o assentamento de Maaleh Adumim aos bairros de colonização judaica em Jerusalém Oriental.
Se o projeto for concretizado, cortaria a Cisjordânia em duas e isolaria Jerusalém, o que complicaria a criação de um futuro Estado palestino.
O número dois do Partido Trabalhista (oposição), Yitzhak Herzog, criticou as declarações de Lieberman, que para ele espalham 'medo e angústia entre os israelenses, estabelecendo um vínculo entre a situação atual e a Shoah', o Holocausto.

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